No segundo bloco de atividades do seminário “Formação Artística e Cultural”, realizado na tarde desta terça-feira (13/08), o foco foi o compartilhamento e discussão de experiências práticas de atividades realizadas por educadores(as) e pesquisadores(as) da cultura. Além disso, foram levantadas reflexões sobre indicadores de políticas públicas e os desafios de medir os impactos os programas e itinerários formativos. A mesa “Pedagogias para a Transmissão de saberes e Transformação Social: o impacto da formação artística e cultural” foi aberta com a fala de representantes do Instituto Mirante.
A assessora de formação Iana Soares, a arte-educadora Aires e a assessora de acessibilidade Alana Oliveira destacaram, entre outras atividades, experiências com a realização de oficinas de crochê e bordado para pessoas surdas, além de atividades que levaram a reflexão sobre identidade surda e identidade negra. Também foi apresentado o programa “Trair o CIStema”, feito por e para pessoas trans, travestis e não binárias. A mesa contou ainda com a presença da coordenadora educativa Amanda Cuesta, que apresentou o projeto “Caminhos das Águas – Fortalecendo fazeres e saberes artísticos e culturais”. Com foco na arte, educação, educomunicação e educação popular, as atividades buscam alcançar as populações indígenas, ribeirinhas e quilombolas.
Representando a coordenação de Inovação e Pesquisa do Porto Iracema e o Instituto Dragão do Mar (IDM), Isaac Pipano mencionou o esforço de instituir uma cultura de dados mais sistêmica nos equipamentos culturais do Ceará num cenário em que também há inúmeros desafios em mapear e descrever pistas que não são facilmente quantificáveis. Pipano citou como exemplo mudanças na autoestima e percepção social de jovens que participaram de um processo formativo que utilizou a fotografia como método. Segundo ele, não são dados facilmente quantificáveis quando considerados os contextos formativos. “Algo que escapa as métricas tradicionais […] um espaço de reconexão com um mundo do qual eles foram excluídos”, explicou.
A pró-reitora de Cultura da Universidade Federal do Cariri (UFCA), a professora Aglaíze Damasceno (UFCA), falou sobre o projeto Ciclo de Saberes dos Mestres e Mestras da Cultura da Chapada do Araripe – Cariri Cearense, lançado em parceria com o Ministério da Cultura (MinC). Trata-se de uma pesquisa-ação no campo da cultura, que visa promover ações formativas no ambiente da Universidade, de escolas da região e nos espaços próprios dos mestres, seja por meio de oficinas ou de “aulas espetáculos”. Ao descrever a experiência relacionada ao território do Cariri cearense, ela mencionou o processo de fazer registros em vídeos e séries em fotos. “Essas fotos farão parte de uma exposição itinerante”, comentou Aglaíze.
Sobre o evento
O Seminário “Formação Artística e Cultural” é fruto de uma parceria entre o Programa Cientista-Chefe da Cultura (CCCult), Ministério da Cultura, Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult/CE), Instituto Mirante e Instituto Dragão do Mar (IDM). A atividade foi realizada no Auditório Hélio Duarte, na faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Ceará (UFC), em Fortaleza.
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(Ligia Rodrigues/CCCult)